29/11/2010

Sobre a Amamentação

Andei vendo em outros blogs que eu sigo vários posts sobre aquela infeliz reportagem da “Mãe Vaca”, e resolvi assim como minhas colegas blogueiras também o MEU ponto de vista:


Primeiramente me considero uma mulher privilegiada por poder amamentar minha filha até hoje, amamentei a Malú exclusivamente até os 5 Meses, quando então por recomendação do pediatra começamos com as frutinhas e aos 6 entramos de vez nas papinhas e etc. Logo quando a Malú nasceu e me entregaram ela na maternidade a enfermeira já disse: “Dá o peito que ela ta querendo!”, assim meio que me obrigando a dar sabe? Claro que eu não ia negar, eu sabia das minhas obrigações como mãe e não ia privar a minha filha desse maravilhoso alimento, ainda mais por que muito antes de eu pensar em ter filhos, eu sempre tive na minha cabeça a importância da amamentação, mais isso é uma questão pessoal MINHA, o fato é o seguinte: aos 12 anos de idade, eu tive um câncer no ovário esquerdo e tive que retirá-lo por completo, na minha primeira consulta com um oncologista ele perguntou á minha mãe: “ Até quanto tempo você amamentou ela?”, minha mãe ficou vermelha na hora e disse que foi até 3 meses apenas. Aí ele explicou que por ser uma doença hereditária e tal e tal, o leite materno porderia ter me protegido e tal. Não sei se isso é verdade, também não sei direito os motivos que levaram a minha mãe a me desmamar aos 3 meses, uma hora ela diz que foi pq ela passou muito nervo e o leite dela secou, outra hora ela diz outra, também não quero saber, e não odeio minha mãe por isso, ela me criou sozinha, e eu tive uma infância sempre muito feliz e saudável, até eu ter câncer, nunca havia ficado internada na minha vida e nem tinha tido uma doença grave fora alguns resfriadinhos bobos. O fato é que aquilo que o médico disse ficou na minha cabeça, sendo verdade ou não, prefiri não arriscar, ainda mais que não tinha motivo nenhum pra eu não amamentar a Malú, estava desempregada (havia pedido demissão pra poder voltar pra minha cidade natal), então tinha todo tempo do mundo pra ficar com ela, o Zé sempre me ajudou muito em td, logo no inicio quando os bicos racharam, eu quase desisti, a dor era imensa, toda vez que eu ia amamentar a Malú e gritava de dor, segurava firme a mão do Zé e agüentava, afinal se eu parasse de amamentá-la, com que dinheiro a gente ia comprar LA? Eu desempregada e ele ganhando pouco menos que 1 salário mínimo? Não tinha como, respirei fundo e continuei amamentando com dor, tive febre, saiu sangue, mais foi apenas uma fase, que eu tenho certeza que a maioria de vcs mamães passaram também. Quando eu estava grávida eu tinha muito medo de não poder amamentar a Malú, eu sempre soube que existem sim N fatores que impedem uma mãe de amamentar e tinha muito medo que isso ocorresse comigo, pois tinha a paranóia do médico lá lembram? Hoje eu amo amamentar a Malú, ela está acostumada a dormir com o Tetê dela, não exclusivamente, também pega no sono com o papai, ou mamando mamadeira, sim eu dou mamadeira de vez em quando pois ela também gosta de mucilon antes de dormir as vezes, sempre quando está frio, graças a Deus ela nunca confundiu os bicos, mama mamadeira, o peito e o copinho de transição numa boa. Me considero privilegiada mais uma vez por isso também pois sei sim, que alguns bebês rejeitam o peito quando acostumam com a mamadeira por ser mais fácil sugar, sei também que muitas mães passam por muito mais sufoco e infelismente não conseguem amamentar, estou aqui pra demonstrar o meu RESPEITO á essas mães, pois elas não são menos mães só pq dão a mamadeira, tenho certeza que elas sofreram muito quando não puderam amamentar seus filhos, eu só de pensar no dia que a Malú desmamar já sofro, mais eu sei que esse dia vai chegar, e eu tenho que respeitar isso, é o curso natural da vida.Voltando á questão da enfermeira quase me obrigando a amamentar: fiquei num quarto com mais 7 mães e seus bebês e a pressão era enorme em cima de todas nós, não tínhamos leite,a primeira noite os bebês choraram sem parar a noite toda, eu estava a mais de 24 horas sem dormir, pois havia entrado em TP de madrugada e a Malú nasceu de manhã, fiquei o dia todo acordada com ela nos meu braços sem fechar os olhos, não me deram água, simplismente esqueceram, e eu estava com a garganta seca de sede por ter passado a noite toda gritando de dor, como eles queriam que eu tivesse uma gota sequer de leite se nem água eu bebi???? Não vinha ninguém ajudar as mães, nem pra trocar, pois nós não podíamos trocá-los, eu cheguei a implorar pra darem o LA pra ela parar de chorar pois eu ainda não tinha leite e ela estava sim com fome, pois sugava e não saia nada e então chorava, elas riam da minha cara e diziam que era pra eu DAR O PEITO! Poxa eu não estava me recusando a issu c... Muitas vezes o que dificulta a amamentação é a pressão psicológica que sofremos, sofri o mesmo com a minha mãe, em casa quando eu chorava de dor pra amamentar e ela dizia: tem que dar o peito.... quem é ela pra falar NE?? – cheguei a arrumar uma mãe de leite por uns dias pra Malú, uma mocinha que tinha uma bebê de 5 meses que quase não amamentava mais vinha em casa 2 vezes por dia pra amamaentar a Malú, pra eu poder me aliviar um pouco nesse período, sou muito grata a ela ^^ hoje tbm me disponho a ser mãe de leite de alguns bebês de amigas minhas que passaram pelo mesmo, é muito gratificante poder compartilhar o leite que eu dou pra minha filha e algumas mães não conseguem no momento oferecer a seus filhos, é uma pena não ter banco de leite aqui onde eu moro, ficaria muito feliz em doar!

Moral da história: Defendo com unhas e dentes sim a amamentação, mais é preciso respeitar as mães que não conseguem, grande maioria deixam de amamentar por não conseguirem e não por não quererem, já as que não querem? Fazer o que NE? ....a questão é a consciência, se vc pode amamentar e não amamenta, está privando seu filho do melhor alimento do mundo, não entendo mais respeito.

“se não quer amamentar, não tenha filhos, simples!”

MINHA OPNIÃO!

PS: prometo fazer um post sobre minha experiência com o Câncer bjbj.

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